domingo, 5 de maio de 2013

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'O problema de ser uma 'bagunça' é que sempre tem alguém querendo arrumar. "Ah, eu consigo. Vou mudar essa garota". Não, você não vai.

Não me conformo com minha imutabilidade, todo mundo quer ser bobo um dia. Imagino que se apaixonar de verdade uma vez ou outra deve ser legal; passarinhos cantando para que você acorde e borboletas voando em seu estômago te mantendo viva. Tudo bem que depois de um tempo matamos os pássaros, borboletas e qualquer outro animal que insista em nos fazer de bobas; foi bom enquanto durou, mas que bom que passou. E então eu poderia fazer parte daquelas conversas de café tão clichês e divertidas "Nossa, lembra como eu era idiota? 24 horas com um olhar vago pensando nele". Quando esses assuntos começam eu logo dou um jeito de sair pela tangente, "Você soube daquela fofoca?". Por favor, ser sem sentimentos não é algo que as pessoas gostam de ouvir ou que admiram, não, as pessoas julgam. "Até parece que você nunca se apaixonou ou ficou caidinha por alguém", pois é, nem eu acredito.

Infelizmente eu abri meus olhos muito cedo e me tornei essa pessoa cética que vocês estão vendo.

Eu sou uma bagunça/confusão. Sou do tipo de mulher que se conhece um homem incrível começa a achar que ele está escondendo alguma coisa. Será que é um maníaco do parque? Está querendo se aproveitar de mim? Deve ser gay. E isso é culpa deles, não minha. Tempos conhecendo e desconhecendo todos tipos de caras me fizeram criar um estereótipo "perfeito" em meus pensamentos, e esse estereotipo não existe em canto algum. O problema está em querer achar alguém com um defeito encantador já que eu não me encanto nem com qualidades mais.

 Se conheço um cara, já chego jogando aberto e dizendo que não sou lá a pessoa mais fácil de se entender, ele diz que não liga, claro. Faço terror psicológico e ele ainda acha charmoso! O pior é que já sei o que se passa em sua mente "Vou mudar essa garota. Fazer ela gostar de mim". Ah, vai, vai sim. Dá vontade de falar "Cara, não se ilude, sério." Mas não dá, eles gostam assim. Depois de infinitas tentativas para quebrar a barreira que eu criei, eles se cansam. Descobrem que quem avisa amigo é, e eu avisei. Ah, avisei! Criar expectativa, é se decepcionar. É o mandamento básico de uma vida acreditando no melhor das pessoas.

Eu sou a mulher da minha vida, preciso me entender, me decifrar, destruir minhas barreiras. Eu sou uma bagunça que não quer ser arrumada, não agora. Então por favor, desistam de tentar consertar quem não quer ser consertada. Preciso de tempo para colocar tudo em ordem e assim poder convidar alguém para entrar... '

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Keep!

'Eu sou intensa. Não sei ser de menos, amar um pouquinho ou sentir pela metade. Não consigo guardar palavras nos pensamentos ou fingir ser algo que não sou só para parecer normal. Aqui é alma, corpo e coração. É se jogar no abismo sem o receio de não ter ninguém lá embaixo esperando por mim. Quero tudo muito, agora, anda! Vê se não demora, porque também não gosto de esperar. Aqui é oito ou oito mil. Se for pra ser, que seja demais, intenso, dê frio na barriga. Que seja rápido, repentino, gostoso. Que me jogue na parede, puxe pelo cabelo e me leve para viajar no dia seguinte. Que seja algo surreal, que dê borboletas no estômago e me deixe querendo mais. Que seja faísca, fogo, incêndio. Que seja um amor gritante, insano e completamente, único. Mas se não puder ser tudo isso, que seja um nada. Que vá embora da minha vida antes mesmo de cruzar a soleira da porta. Gosto que me transbordem, e não apenas acrescentem.

Nós que somos intensos temos dois caminhos a seguir: o caminho mais fácil e o caminho mais difícil. O caminho mais fácil é o que escolhi desde o início, o desapego. Se é para ser tudo ou nada, que seja logo o nada. Que seja o desapego, a liberdade, a leveza de ser sozinho. Que seja o aprender do caminhar sem mãos dadas, o equilibrar sem apoio, o sorrir sem motivo. Que seja a valorização do eu, a preservação do coração, a armadura que previne o cupido. Que seja sozinho, mas que seja feliz. Se for pra ter um pouco, que não tenha nada.

E qual o caminho mais difícil? Ora, vocês já devem saber. A segunda estrada nos leva ao amor, ao tudo, ao intenso. Só os corajosos tem armas suficientes para combater os inimigos invisíveis que insistem em assombrar esse caminho tortuoso e sem volta. Agora vocês me entendem melhor? Se comigo é tudo ou nada, estou esperando alguém que mereça o meu ''tudo''. Alguém que me ensine a voar, cure o meu medo de altura, me dê as mãos. Alguém que não se importe com meu passado, sare as feridas, remende o coração. Alguém que assim como eu, se protegeu tempo demais, e agora vai se permitir viver - pela primeira vez.

Então não é que eu não acredite no amor. Eu acredito, e muito. E é exatamente por acreditar demais, que eu não posso me permitir vivê-lo assim tão intensamente com qualquer um que ofereça um abraço caloroso.

Um dia, tenho certeza de que o desapego se tornará um grande amor, e assim como tudo na minha vida, vou viver intensamente até o último minuto com um sorriso no rosto e com a certeza de que essa vai ser uma história de tirar o fôlego.'